Segundo o desenvolvedor do app, a ideia é que a namorada instale o
aplicativo no celular do namorado, para que tenha sempre à mão as
informações sobre o que ele anda fazendo e com quem anda se comunicando.
"O aplicativo surgiu com a ideia de atender ao público feminino, nesse
aspecto de sempre desconfiar do namorado", contou Grijó ao Terra,
afirmando que a escolha de gênero para o público-alvo do aplicativo foi
definida por uma pesquisa que fez no mercado. A ferramenta, no entanto,
funciona para qualquer sexo - e para qualquer fim.
A versão gratuita do aplicativo - disponível para
download na Google Play Store - fica totalmente visível no celular do
usuário rastreado. Para não ferir a política de privacidade do Google,
sempre que o usuário espião requisitar uma informação do app -
localização, SMS ou escuta, por exemplo - a vítima é avisada.
Há, porém, uma versão paga, requisitada por e-mail e
instalada fora da loja do Google, para que a Play Store não retire o
aplicativo do ar. Nesta versão, que custa R$ 4,99, todas as chamadas,
ícones e o próprio aplicativo ficam invisíveis para quem está sendo
espionado. Isso faz com que o espião tenha pleno acesso à localização,
às mensagens enviadas e às chamadas feitas sem que o espionado tenha
ciência disso.
E isso é legal? "Quando a gente vende a versão paga,
fazemos o usuário assinar um termo de uso, um pequeno contrato", disse
Grijó. "Seria como vender uma caneta espiã. Não é crime vender uma
caneta espiã, isso vai depender do uso que quem compra fizer. Nós só
vendemos a ferramenta. O uso fica a cargo de quem comprar", afirmou.
Consultada pelo Terra, a advogada
especialista em Direito Digital Camilla Massari Guedes adverte que a
pessoa que instalar o aplicativo sem a permissão da pessoa espionada
poderá ser processada civilmente por violação à intimidade, além de
cometer crime previsto no artigo 5º da Constituição Federal, que afirma
que "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas". A pena prevista é
de dois a quatro anos de reclusão e multa.
"Além disso, poderia decorrer dessa invasão, caso a
namorada divulgasse os dados obtidos que ofendessem a honra do namorado,
o crime contra a honra", afirmou a advogada.
Grijó afirma que está trabalhando em uma versão
"semelhante" do aplicativo para iPhone. "Não conseguimos todas as
funções do Android porque a política da Apple é mais limitante", disse.
Ele afirma também que uma versão para Windows Phone deve chegar até o
fim do ano.
Além disso, há um estudo para expandir o alcance da
espionagem dos usuários. "Queremos ampliar o rastreamento dos SMS e
ligações e oferecer também a espionagem de mensagens no WhatsApp,
Facebook e e-mail", disse.
Contatado, o Google afirmou que está analisando se o aplicativo se enquadra nas políticas da loja de aplicativos do Android.
Fonte: Terra
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