Há praticamente um mês entocado em
São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o candidato do PSB a
presidente, Eduardo Campos, não avança nas pesquisas. Estagnou na casa
dos 11%. Analistas políticos e aliados socialistas apontam o grande
desconhecimento que o ex-governador tem ainda no eleitorado nacional
para justificar sua posição tímida em todos os levantamentos.
Acreditam que o socialista só decola
após a propaganda eleitoral no rádio e na televisão, previsto para
agosto. Mas alguns dados precisam ser levados em consideração,
discutidos e avaliados. Sendo político do Nordeste, Eduardo não
galvanizou também a simpatia e a confiança do eleitorado nordestino.
Pelos dados do Datafolha de ontem,
o tucano Aécio Neves, que subiu quatro pontos e vem garantindo o
segundo lugar, atrás da presidente Dilma, tem o dobro das intenções de
voto em relação a Eduardo no Nordeste – 12% contra 6%.
É no eleitorado nordestino onde
está concentrada a força de Dilma, com 52% das intenções de voto, um
banho, diga-se de passagem, nos seus principais concorrentes. Esta boa
performance não é atributo dela nem do seu Governo, tem muito a ver com o
efeito dos programas sociais, especialmente o Bolsa-Família.
Na eleição de 2014, foi o Nordeste
que salvou Dilma, pois ela perdeu no Sul e Sudeste para Serra e aqui
impôs uma frente de mais de 10 milhões de votos sobre o tucano.
A estratégia de Eduardo, de buscar
conquistar o eleitorado do Sul e Sudeste está correta, mas se tivesse
já partido consolidado do Nordeste, por ser pernambucano e ter governado
o seu Estado com altíssimos índices de aprovação, provavelmente não
estivesse perdendo para Aécio em sua região.
Historicamente, a tucanada leva
desvantagem por aqui. Com exceção de Fernando Henrique, que tinha como
moeda o Plano Real, Alckmin fracassou e Serra também, este duas vezes.
Se Eduardo não se fortalecer no Nordeste vai continuar fragilizado no
resto do País. A subida de Collor, só para registrar, começou pelo
Nordeste e não pelo Sul Maravilha.
Terceiro colocado na pesquisa do Datafolha, Eduardo Campos (PSB),
que registrou 11% agora e também apresenta curva ascendente, sempre
dentro da margem de erro – tinha 10% em abril e 9% em fevereiro. É
conhecido muito bem ou um pouco por 25% dos eleitores. Essa taxa é de
86% para Dilma e de 42% para Aécio, ou seja, o nível de conhecimento do
tucano é quase o dobro do de Eduardo.
Via Blog do Magno Martins
Nenhum comentário :
Postar um comentário