quinta-feira, 24 de abril de 2014

Policiais Militares programam passeata para a próxima sexta-feira e ameaçam greve


Os Policiais Militares de Pernambuco prometem realizar, na próxima sexta-feira (25), uma passeata de protesto contra o que chamam de “abandono da categoria” por parte do Governo do Estado e decidir, durante a ação, se entrarão ou não em greve. Na passeata, com concentração marcada às 13h30, na praça do Derby, em frente ao prédio do Memorial de Medicina, os agentes irão marchar até o prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) e entregar uma pauta de reivindicações trabalhistas aos Deputados, solicitando o auxílio dos parlamentares. Caso, até o fim da mobilização, o Governo de Pernambuco não se posicione sobre as reivindicações da categoria, já repassadas para os gestores do Estado, os policiais entrarão em greve.

Dentre as reivindicações da categoria, está a isonomia salarial dos motoristas da Polícia Militar (PM) com os outros órgãos do Estado (valor que atualmente seria inferior em cerca de R$ 200 reais); aumento do vale-refeição mensal pago aos agentes em 100% (passando de R$ 150 reais para R$ 300 reais); e o aumento salarial dos policias em 25% (agentes administrativos), 45% (agentes operacionais) e 50% (agentes da polícia especializada).

Além do incremento das remunerações, os agentes também solicitam que equipamentos de trabalho individuais (sprays de pimenta, coletes e outras armas não letais) sejam ofertados pela PM e não precisem ser comprados pelo próprio policial; que as viaturas da PM recebam manutenção (muitas estariam com pneus carecas e sem step); e melhores condições de atendimento no Sistema de Saúde dos Militares do Estado (Sismepe).

Em contato com o portal FolhaPE, um agente administrativo da PM-PE (que pediu que sua identidade fosse mantida em sigilo) organizador da ação desta sexta-feira, disse que os policias de Pernambuco se sentem desmotivados e abandonados. “Nós ganhamos muito pouco e somos mal preparados. O policial ganha pouco e o Governo do Estado não está interessado em cuidar dos agentes. Para você ter uma ideia, o Sismepe só atende uma vez por semana e, ainda assim, nunca conseguimos ser atendidos por telefone e marcar consultas”, contou.

Segundo essa fonte, os policiais precisam conviver, constantemente, com o medo. “O Governo de Pernambuco só quer o policial na rua, mas não nos dá suporte de trabalho e ajuda em erros. Se errarmos, somos severamente punidos, mas ninguém diz que nosso treinamento é insuficiente”, disse.

Além das reivindicações de caráter prioritariamente trabalhistas, a PM de Pernambuco também deve solicitar posicionamentos políticos por parte do Governo. Segundo o agente que repassou informações ao FolhaPE, os policiais pernambucanos querem que o sargento José Ricardo Ferreira de Lima, colocado em prisão administrativa por cobrar remunerações salariais referentes ao ano de 2011, seja posto em liberdade. “Como uma pessoa pode solicitar um pagamento e ser preso? Muitas vezes, nós ainda somos colocados para trabalhar em nossos dias de folga”, relatou.

Fonte: FolhaPE

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