A investigação de seus contratos com todos os parceiros comerciais passou a ser o grande temor da CBF com a iminência da criação de uma CPI no Senado . Isso poderia vir no rastro das documentos, em poder da justiça americana, que provariam que houve o pagamento de propina no valor aproximado de R$ 40 milhões em um acordo entre a confederação e uma de suas patrocinadoras, na década de 90.
Das 13 patrocinadoras oficiais da CBF, a Nike foi a primeira com que fechou contrato, em 1996. A relação motivou a criação da CPI da Nike, em 2001, pela Câmara Federal. Hoje, o acordo com a empresa de marketing esportivo continua em vigor e a CBF tem mais 12 parceiros comerciais com o direito de associar a marca da Seleção Brasileira a seus produtos.
Pelos contratos com os patrocinadores, a CBF recebe em torno de R$ 400 milhões por ano. Para um ex-dirigente da CBF, ouvido pelo Terra , o valor de R$ 40 milhões pagos por apenas um dos patrocinadores “é apenas a ponta do iceberg”. “Desvendar essa caixa-preta, aí sim se veria o que é escândalo.”
A maioria dos contratos levou a assinatura de Ricardo Teixeira – o presidente da CBF de 1989 a 2012. Quando saiu da entidade, ele deixou uma orientação clara para seus sucessores, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Os dois poderiam mexer em qualquer setor da CBF, mas não deveriam interferir na secretaria geral, então sob a responsabilidade de Julio Avelleda.
Em Zurique, Marco Polo Del Nero se defendeu voltando-se contra um antigo aliado. Declarou que os acordos com os patrocinadores teriam sido feitos no longo período de Teixeira no comando da CBF. No entanto, pelo menos três desses contratos foram rediscutidos a partir de 2012, quando Marin assumiu a entidade e Del Nero teve atuação destacada como vice-presidente. Os dois dirigentes agiam em conjunto.
Fonte: Terra
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