sábado, 9 de fevereiro de 2013

"Cedro, Madeira de Lei", Livro que conta a história do Cedro-PE.

(O livro foi Lançado já há um Tempo e o Diário Cedrense Não poderia deixar de lado um fato tão marcante da nossa história)

Sou sertanejo da cidade de Cedro. Adoro o sertão. Fui criado comendo angu, fubá de milho e mugunzá. Rapadura era a minha merenda predileta. Cresci caçando passarinho com baladeira e pegando-os no alçapão. (Hoje, procuro me redimir desses pecados alimentando-os livre e diariamente no meu quintal). Nunca aprendi a nadar, mas quando criança, atravessava o açude do Cedro-Velho no lombo de um cavalo(hoje, morro de medo de tomar banho em açude). A diversão predileta na minha infância era jogar bila, peteca e rodar pião. Meu maior medo era do papa-figo. Da minha infância, ainda, lembro-me muito bem do circo de Zé Pelado e do Parque Silva. Como dinheiro naquela época era coisa que menino não via, para assistir ao espetáculo cada um se virava como podia. Alguns ficavam na espreita, esperando uma distração dos vigias para entrar por baixo da lona do circo. Eu nunca tive coragem para isso. Procurava uma saída melhor: em troca da entrada, seguia o palhaço durante o dia andando pelas ruas da cidade anunciando o espetáculo:
- hoje tem espetáculo! Gritava o palhaço.
-tem sim sinhô! Gritávamos mais alto ainda, contentes pelo bilhete de entrada grátis.(bilhete no modo de dizer porque, na verdade, éramos “carimbados” no pulso com uma pequena marca de tinta. Na hora do banho todo cuidado era pouco para não tirar a “marca” que à noite deveria ser exibida na portaria do circo.
De tanto ouvir meu padrinho Zé (miçangueiro que cruzava o sertão no lombo de um burro vendendo miudezas), recitar versos do Pavão Misterioso, Antonio Silvino, João Grilo e Pedro Malasarte, apaixonei-me pela Literatura de Cordel. 
Nunca arredei um pé desse lugar, a não ser para estudar e em outras ocasiões especiais. Mas, volta e meia, quando podia, pegava o beco de volta pra casa. Ainda hoje sou assim. Não gosto de sair do sertão assim à toa. Tem que ser por motivo de força maior. Ainda agora que o mundo veio para o sertão na concha de uma antena parabólica e na tela de um computador via internet. 
Minha formação acadêmica é a seguinte: sou licenciado em Letras pelo Centro de Ensino Superior do Vale do São Francisco, com Especialização em Letras pela Universidade Regional do Cariri – URCA e Mestre em Lingüística pela UFPE.
Sou professor da Rede Estadual de Educação e do Instituto Superior de Educação de Salgueiro – ISES.
Atualmente estou à disposição da Prefeitura Municipal do Cedro onde venho desenvolvendo um trabalho no Arquivo Público Municipal com o objetivo de elaborar um trabalho voltado para a preservação do Patrimônio Histórico do município.
Outro trabalho que já venho desenvolvendo a algum tempo e pretendo concluí-lo em breve é a publicação de um livro sobre a História do Município. 

Vejam as fotos do evento que lançou o Livro, Clique aqui.
Fonte: Nação Cultural

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