O ex-analista da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) Edward Snowden negou, em entrevista por e-mail ao Fantástico,
da Globo, que tenha pedido asilo ao Brasil em troca de informações que
contribuiriam com as investigações das ações de espionagem da NSA no
Brasil.
“Nunca vou cooperar com ninguém fora do
devido sistema legal”, disse o homem que vazou informações secretas do
governo americano para o mundo – o que é considerado crime nos Estados
Unidos, conforme ele mesmo reconhece na entrevista. “O problema é
atualmente que a lei americana não faz distinção entre um vazador de
informações, que revela programas ilegais para o público, e um espião,
que vende secretamente documentos para terroristas”, afirmou ele, ao
dizer que foi duro deixar sua família e seu país para trás. Snowden hoje
está na Rússia, que lhe ofereceu asilo por um ano, e busca um asilo
permanente, que, segundo carta obtida na semana passada pelo jornal Folha de S. Paulo, ele gostaria que fosse no Brasil.
“Claro que gostaria de viver no Brasil.
Se o governo brasileiro quiser defender os direitos humanos, será uma
honra fazer parte disso. O Brasil é um lindo país e eu estou agradecido
de ter tantos novos amigos e aliados no país”, disse na entrevista.
“Dada a jovem democracia que o país é, tendo se libertado de um regime
autoritário há pouco mais de 30 anos, eu me sinto encorajado pela
crescente liberdade política que os brasileiros estão vivendo.”
Ainda sobre a “carta aberta ao povo
brasileiro”, O ex-analista da NSA disse que o objetivo da mensagem era
explicar aos senadores brasileiros ligados à CPI da Espionagem, aberta
no Senado brasileiro para investigar as atividades da NSA no país, que
ele não está em condições de ajudá-los com informações.
Na conversa com o Fantástico,
Snowden também aproveitou para sugerir mudanças nas leis americanas que o
beneficiassem. “Se o governo americano realmente quisesse chegar ao
fundo do que está acontecendo na NSA, o presidente poderia oferecer uma
anistia ou o Congresso poderia fazer uma reforma nas nossas leis de
proteção aos denunciantes para descriminalizar aqueles que falam a
verdade pelas razões corretas. É preciso coragem política de verdade”,
afirmou. “Está claro para qualquer pessoa que acompanha esse caso que eu
não teria a menor possibilidade de ter um julgamento justo no meu país.
Os políticos mais poderosos dos EUA já decretaram minha prisão e até já
fizeram piadas sobre me executar.”
Fonte: VEJA
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