O governo federal admitiu recuar da
proposta de endurecer as regras de concessão do seguro-desemprego.
Durante reunião com representantes de centrais sindicais em São Paulo,
nesta segunda, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a gestão
da presidente Dilma Rousseff não tem intenção de tirar benefícios dos
trabalhadores e vai buscar soluções para o aumento da concessão de
seguros-desempregos.
“Longe de nós querer reduzir
benefícios para os trabalhadores. Queremos sempre aumentar os
benefícios, mas temos de identificar os benefícios em comum”, disse
Mantega, referindo-se às conversas entre o governo e os sindicalistas. O
encontro de segunda foi marcado depois de o governo acenar com a
possibilidade de exigir que todos os desempregados tenham de fazer
cursos de qualificação profissional para receber o seguro-desemprego.
A medida seria uma forma de reduzir os
gastos com o benefício. Entre janeiro e outubro, o governo gastou R$
23,1 bilhões com o seguro, valor próximo aos R$ 25 bilhões que previa
desembolsar no ano. Em 2012, o governo já havia apertado as regras ao
determinar a obrigatoriedade de curso de qualificação para quem pede o
benefício pela segunda vez em dez anos. Antes, a exigência valia só para
quem fazia o terceiro pedido.
Houve aumento também dos pagamentos
com o abono do PIS/Pasep. “A questão preocupa o governo, porque os
gastos com as duas modalidades chegarão a R$ 47 bilhões neste ano, que é
1% do PIB (Produto Interno Bruto)”, afirmou o ministro.
Mantega marcou uma nova reunião com os
sindicalistas na quinta-feira, para voltar a discutir a questão.
“Batemos forte na questão da rotatividade (da mão de obra). Esse é um
dos principais problemas e isso se deve porque o governo ainda não
regulamentou o artigo da Constituição que pune as empresas que mais
mandam embora”, disse Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Fonte: Diário de São Paulo
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