Essa é uma história de dedicação, luta,
derrotas, vitórias e sonhos. E não poderia ter outro fim. A primeira
medalha do handebol brasileiro em mundiais não é de bronze, nem de
prata. É de ouro. Diante de uma Arena Belgrado fervendo e barulhenta,
contra 20 mil torcedores e mais sete rivais em quadra, as meninas do
Brasil não se intimidaram. Vibraram quando tinham que vibrar. Fizeram
faltas quando foi necessário. Reclamaram da arbitragem. E jogaram.
Jogaram muito. Frias, Alexandra e cia. calaram a Sérvia, venceram por 22
a 20 e entraram para a história da modalidade no país, conquistando o
título mundial de forma invicta. Mais cedo, a Dinamarca derrotou a
Polônia e garantiu o bronze.
- Ainda não caiu a ficha. Eu estava
sentada na quadra com a medalha no peito e não acreditava. Acho que deve
demorar uns dois dias para eu acreditar no que aconteceu – disse Alê.
A vitória diante das sérvias foi a
segunda no Mundial, a nona em nove jogos na competição, para não deixar
dúvidas sobre a conquista invicta. Para completar, Babi ainda entrou
para a seleção do Mundial como a melhor goleira, e Duda foi eleita a MVP
(sigla em inglês para jogadora mais valiosa) da competição. Alexandra
Nascimento, atual melhor do mundo, foi a artilheira da decisão com seis
gols anotados.
Desde 1995, com a Coreia do Sul, uma
seleção fora da Europa não conquistava o Mundial feminino. O ouro no
peito coroa um projeto iniciado há quatro anos pela Confederação
Brasileira de Handebol, com a contratação do técnico dinamarquês Morten
Soubak, comandante da impecável campanha nas quadras sérvias. E, com Rio
2016 na mira, o feito credencia o Brasil ao posto de candidato real a
uma inédita medalha olímpica na modalidade.
- O jogo que elas fizeram foi
espetacular. Fica difícil dizer. Nunca houve um jogo de handebol como
esse, 20 mil pessoas jogando contra, e elas ignoraram isso. Colocaram um
compromisso na cabeça e jogaram para isso. Meu Deus, o Brasil, um país
das Américas, campeão do mundo de handebol? Isso é difícil de acreditar –
disse, emocionado, o técnico Morten Soubak.
Fonte: Globo Esporte
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